AS BASES DA ALIMENTAÇÃO ALCALINA

Quase todos os alimentos que ingerimos, após serem digeridos, absorvidos e metabolizados, libertam ácido ou uma base alcalina (bicarbonato) no sangue. Cereais refinados, peixe, carne, marisco, queijo e leite produzem ácidos. Por essa razão a introdução e dramático incremento no consumo deste tipo de alimentos típicos da dieta ocidental levou a um aumento da produção de ácidos no nosso corpo. Por outro lado, o consumo de fruta fresca e vegetais diminuiu ao longo dos tempos, o que ainda potencia o cariz ácido deste tipo de alimentação ocidental.

O nosso sangue é ligeiramente alcalino, com um pH normal variando entre 7,35 e 7,45. A teoria por detrás da alimentação alcalina é a de que a nossa alimentação deve ter este fator em conta (tal como no passado) e ser ligeiramente alcalina. Os proponentes da alimentação alcalina acreditam que uma alimentação com base em alimentos produtores de ácido quebra o nosso equilíbrio ácido-alcalino e promove a perda de minerais essenciais tais como potássio, magnésio, cálcio e sódio, dado que o corpo tenta restaurar este equilíbrio. Este desequilíbrio é considerado como um dos fatores que aumenta a tendência das pessoas à doença.

Tudo o que ingerimos ou metabolizamos liberta ácidos ou bases (pH alcalino) no nosso fluxo sanguíneo. A química do nosso sangue, saliva e urina está fortemente regulada de forma a manterem-se estes fluidos ligeiramente alcalinos. Mantendo o nosso corpo dentro de uma variação de pH aceitável, tal irá permitir que o mesmo funcione melhor na proteção contra a invasão de bactérias, vírus e fungos. Ambientes ácidos convidam a este tipo de invasão no nosso corpo.  

Quando o pH se torna muito ácido, o corpo encontra fontes internas de alcalinidade como empréstimo. Os minerais neutralizantes incluem cálcio, magnésio, potássio ou sódio. O cálcio retirado dos ossos é a principal causa de Osteoporose. Placas nas artérias e por outro lado placas bacterianas nos dentes e correspondente tártaro são consequências frequentes de acidez. A alimentação típica dos nossos dias é de cariz ácido. Esta falta de equilíbrio causa danos de curto e longo prazo no nosso corpo. Alguns corpos conseguem continuar durante longos anos sem aparente prejuízo. Contudo, o dano é constante e enquanto a capacidade do nosso corpo se adaptar perdura, este vai usando os recursos disponíveis nessa tarefa.

A alimentação ácida produz leveduras e colónias de bactérias nocivas que crescem. Primariamente surgem no aparelho digestivo, mas depois podem mesmo entrar no fluxo sanguíneo e a partir daí invadem todo o corpo provocando uma miríade de consequências.

Uma alimentação alcalina saudável tem como base o consumo regular de legumes, frutos secos (nozes, amêndoas, avelãs, etc.), tubérculos, raízes tuberosas e cereais. Relativamente às frutas, consideram-se aceitáveis numa alimentação alcalina, mas não devem ser consumidas em excesso dado que são em geral ricas em açúcares e serão processadas como tal. A sua riqueza de nutrientes leva a considerá-las como necessárias, apesar de poderem contribuir para a acidez em geral. As frutas deveriam ser comidas cozinhadas e isoladamente ou antes das refeições. Se uma fruta for comida no final de uma refeição mais pesada, vai fermentar durante a digestão e tornar-se ácida, causando gases e outros desconfortos digestivos.

Uma regra básica na alimentação alcalina é a de evitar leveduras e açúcares. Tal inclui quaisquer comidas processadas e fermentadas. Os fermentos necessitam dos açúcares para se desenvolverem por isso dever-se-á evitar ao máximo o consumo de alimentos que os contenham.

Açúcares químicos, conhecidos por adoçantes, decompõem- -se fortemente em ácidos e devem ser evitados. Os antibióticos também criam um ambiente ácido, pelo que se devem ser evitados sempre que possível e consumir probióticos após a sua utilização, para reabastecer e reequilibrar o sistema.

A medicina convencional muitas vezes não reconhece os benefícios da alimentação alcalina. Contudo a maioria concorda que uma alimentação alcalina é recomendável para prevenção de inúmeras doenças e um fator preponderante para um estilo de vida saudável.